sábado, 16 de fevereiro de 2013

Quarta Tarefa

Proposta: Analisar o ethos de um texto jornalístico.
                                                                                       Texto original: Revista Trip

STELLA CHINELLI

A garota que trocou Copacabana pela Rocinha para
viver com a namorada
12.02.2013   Texto por Autumn Sonnichsen

Com 21 anos de onda, skate e cabelos ao vento, a garota que trocou Copacabana pela Rocinha para viver com a namorada

 (e parceira na banda Catrinaz) é pura energia

A certa altura do filme Um bonde chamado desejo, baseado na peça de Tennessee Williams, Marlon Brando grita, na voz mais alta possível: “Steeeeeeella!”. Olhando estas fotos, só nos resta fazer o mesmo.
Gaúcha de nascimento, copacabanense de coração, vivendo na Rocinha há três meses e feliz da vida, Stella Chinelli faz pensar em uma das palavras mais lindas da língua portuguesa: abundância. Parece quase imortal com aquela pele bronzeada (as sardas!), o olhar marrento, os dentes brancos, os peitos suaves.
Escrever sobre Stella é falar de seu corpo, de sua energia à flor da pele. Uma pele dourada, como só tem quem usa o corpo mesmo, com aquela potência de 21 anos vividos ao sol, no vento, na onda quebrando, na grama do campo de futebol.
Stella tem algo de inatingível. É de uma família tradicional carioca, os pais são advogados. Viveu 20 anos na avenida Atlântica, o cheiro do mar entrando pela janela todos os dias para acordá-la, pegando onda no Arpoador. Sempre foi das rebeldes: as camisetas furadas, o olhar apurado para o asfalto e as ondas, o cabelo bagunçado, as festas só para mulheres, as tatuagens que contam histórias.
Usa o skate como meio de transporte, para chegar na escola com os cabelos ao vento. Fala da sensação de deslizar pela rua com aquele brilho nos olhos, o coração mole de quem ama o asfalto duro. Desce as Paineiras da Tijuca, circula na orla de Ipanema de biquíni com os amigos, orgulhosa dos roxos. Na ESPM do Rio, onde cursa publicidade (com notas sempre altas, faz questão de deixar claro), chega sem maquiagem, de shortinho rasgado e camiseta suja, com o skate na mão. Pássaros tatuados no braço. “Sou a miss da faculdade!”
E ainda tem a Elisa, sua namorada há um ano e oito meses. Uma morena de 31 anos, com boca carnuda e um baixo Rickenbacker tatuado no antebraço. Foi Elisa, baixista, quem levou Stella para a música, para cantar; foi com ela que aprendeu a gostar de metal e montou a banda Catrinaz. Descobrimos Stella em um documentário sobre a criação da banda, que estreia por agora no canal Bis. Nos trechos que vi, ela lambe a boca de Elisa, começa a baixar a calcinha. Interessante!
Há dois meses, Stella deixou os janelões da avenida Atlântica por uma outra vista do mar, na Rocinha. Sem muita grana, ela e Elisa decidiram trocar a zona sul do Rio, onde moraram a vida toda, pelos aluguéis mais razoáveis da comunidade. Lá acharam sua casa, dividem o PF do boteco da esquina, compram fruta na feira (“Uma dúzia de tangerinas por R$ 1,50, mais uma pro gato!”). É lá que Stella enche a namorada de batom e que as duas se fotografam para postar no Facebook, com aquele exibicionismo alegre e honesto do amor jovem.
Desde que a fotografei para este ensaio, ela fica me infernizando com mensagens, de preferência na madrugada, quando pessoas sensatas como eu dormem. “e as fotos? como estão? omfg.” “tô indo para são paulo.” “sonhei com você. caramba. você tem instagram?”
É esse o lance com Stella: uma energia contagiosa.

Análise:

Essa é uma reportagem direcionada ao público jovem e antenado. O alvo da revista é composto por jovens (ou pessoas com mente jovem e aberta para diferenças sociais), homens, mulheres, para quem curte esportes radicais como o surfe ou skate, quem procure artes, cinema, fotografia, música entre outras modalidades consideradas atuais e inovadoras. O texto começa com metáforas, gírias, palavras novas, analogias e termina com abreviações típicas da linguagem de internet.
Pode-se perceber que o autor do texto é altamente atraível por mulheres e admira a beleza feminina. No primeiro parágrafo ele compara o nome da “Trip Girl” (termo dado às mulheres dos ensaios da revista) com um filme clássico dos anos 50. Não cessando os elogios à mesma. A linguagem é desinformal e cheia de declarações a moça, típico de um galanteador moderno.
Tatuagens, skate, surf, short rasgado e uma namorada lésbica. Características que definem a musa do autor. Ele interpreta um romântico dos tempos atuais, um Chico Buarque de Hollanda em pleno ano 2013.


Terceira Tarefa



Proposta: Análise individual da macroestrutura de duas notícias veiculadas por dois jornais impressos diferentes sobre um mesmo assunto.
Notícia escolhida:
Jovem é carbonizada em suposto ritual de magia negra. Gazeta de Alagoas.
Corpo queimado de jovem é encontrado após suposto ritual de magia negra. Tribuna Hoje.

Objetivos:
Verificar como se dá a interpretação de rituais de magia negra considerando a macroestrutura da notícia.

Metodologia de Pesquisa:

1.Seleção de duas notícias veiculadas pelos jornais Gazeta de Alagoas e Tribuna Hoje, referentes à Matéria sobre jovem carbonizada após suposto ritual de magia negra (texto e imagem).
2. Base Teórica: a macroestrutura da notícia
3. Contexto social mais amplo:
a) Contexto histórico de rituais de magia negra no Brasil
b) O surgimento no Brasil
c) A ex-primeira-dama brasileira falando sobre o assunto

3.1 Contexto social mais imediato
Eventos:
a) São Paulo, 15 jul. — A ex-mulher do ex-presidente brasileiro Fernando Collor de Mello (1990-1992), Rosane Collor, confirmou em entrevista que o atual senador praticava rituais de magia negra quando governava o país, segundo informou a TV Globo.

b) Maceió, 15 fevereiro de 2013.  – Corpo de adolescente é encontrado carbonizado, na manhã da sexta-feira (15), próximo a uma vegetação no loteamento Terra da Esperança, no bairro da Serraria, Maceió-AL.

Análise:

Gazeta de Alagoas:
A relação estrutural está correta. Há uma informação básica na manchete: “Jovem é carbonizada em suposto ritual de magia negra”. E na submanchete “Corpo da adolescente foi encontrado próximo a uma vegetação na Serraria”. O evento principal é relatado e já se concluindo que o corpo é de uma adolescente e foi mesmo realizado um ritual de magia negra.
Há um lide com: “o que?” Jovem é carbonizada em ritual de magia negra. “Quem?” A notícia envolve um corpo feminino encontrado em uma vegetação. “Quando?” Sexta-feira, dia 15 de fevereiro de 2013. “Onde?” Próximo a uma vegetação no bairro da Serraria, Maceió-AL.
O background apresenta um contexto que mostra o tamanho preocupante do fato ocorrido. Parte da história é congruente com outros parecidos fatos ocorridos. Há um contexto histórico, pois esses rituais já foram, há um tempo, bastante comentados no Brasil e, mesmo sendo crime, atualmente ainda há casos que são noticiados, como o caso da ex-primeira-dama, Rosane Collor, que em entrevista recente ao programa Fantástico, afirmou que seu ex-marido, o ex-presidente e atual Senador, Fernando Collor de Melo, seria adepto a tais rituais de magia negra.
Rosane explica ainda como eram feitos: “Eram trabalhos em cemitérios, trabalhos muito fortes e com os animais era um massacre mesmo, com galinhas, bois, vacas e animais que eram sacrificados, quando conheci Fernando ele já frequentava esses 'ambientes' e quando estivemos casados ele os praticava”.
Uma consequência importante é o medo do fato se alastrar e ser mais efetuado. Já que são notícias encobertas pela mídia. As reações verbais são de curiosos que encontraram o corpo e de policiais, os quais apelam para que a jovem seja identificada. O comentário mais efetivo é o da Polícia Militar, ao concluir que há possibilidade do ritual. Ainda assim, a expectativa é de essa jovem ser reconhecida por seus familiares, identificada e, logo após, encontrarem os criminosos.
Observa-se nessa notícia um fato chocante. A começar pela foto exposta pelo jornal. Apesar de ser uma matéria considerada forte, a jornalista se manteve neutra e não remeteu a religiões para julgamentos prévios. Trate-se apenas de uma matéria noticiosa.

Tribuna Hoje:
O segundo jornal escolhido relata o mesmo fato e, basicamente, o conduz da mesma forma. Nele o sumário foi mais objetivo, trazendo a manchete: “Corpo queimado de jovem é encontrado após suposto ritual de magia negra” e a submanchete: “Adolescente carbonizada em loteamento da Serraria estava com penas de galinha ao lado”. Na foto, há peritos analisando o local e carregando o corpo para análise.
O lide, assim como o primeiro jornal, mostra que uma adolescente teve seu corpo todo queimado e foi encontrada no loteamento Terra da Esperança, no bairro da Serraria em Maceió, na manhã de sexta-feira (15).
O background desse é mais específico. Ele contextualiza o fato, expondo ainda mais o que havia no local para que fosse considerado um ritual, como três panelas de barro farofa e várias penas de galinha ao lado do corpo. Especifica a idade da adolescente e acrescenta que ela tinha o cabelo rastafári, além da hora em que a guarnição foi acionada para ir atrás do ocorrido.
O contexto histórico é o mesmo e há eventos prévios como, por exemplo, o local estar em fase de obras e haver um foco de mato queimado próximo. Sendo assim, contribuindo para o encobrimento do ocorrido.
A consequência também é o medo de o acontecido virar algo comum, já que é algo desumano. Além disso, há varias reações verbais. Uma delas é o do Sargento Bartolomeu ter especificado a jovem e como foi o fato. Falando que não foi em um local de desova e, aparentemente, não ocorreu estupro. Há também expectativas da vítima ser reconhecida e seus criminosos identificados.
O autor da matéria descreve outro caso parecido, ironizando se este mais recente será mais um. Comenta também sobre outro ocorrido ano passado.
Gazeta de Alagoas

Tribuna Hoje

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Editorial referente à palestra: Hipertexto e Discurso: efeitos de sentido em portais de notícias



Na última segunda-feira (21), ocorreu a palestra sobre o livro Hipertexto, do professor e Dr. Luiz Fernando Gomes. Detalhe: ele veio diretamente de Sorocaba, largando suas férias a pedido da também professora e sua amiga, Andréa Pereira. Luiz iniciou contando histórias pessoais de quando jornalista. Descontraído, com um discurso leve e atrativo, prendeu rapidamente olhares e ouvidos dos presentes.

A primeira parte de sua palestra foi sobre a presença de múltiplas linguagens em diversos suportes. Nela foi explicado que o mundo logocêntrico não há mais e a importância da relação entre imagem e escrita, junto com as mensagens verbo e visuais. Ele faz várias e claras citações sobre a escrita e o suporte da escrita e afirma que nunca fomos de fato viventes da linguagem exclusivamente verbal. Referindo-se novamente à fusão entre imagem e escrita.

Luiz expõe também o seu ponto de vista em que a linguagem é (erroneamente) vista como imagem espelhada da gramática. Sendo que a comunicação, a linguagem, não é feita apenas com o conhecimento fielmente da gramática. Nas palavras do próprio: “A gente não conhece a gramática visual. Por isso, não entendemos verdadeiramente o que está nos jornais”. Isso nos leva a desinformação. Já que ao sermos leigos em gramática visual, não deciframos os códigos por trás das imagens conjuntas com as notícias e multi-informações que diariamente recebemos. Isso nos leva ao “over thinking” nova gíria inglesa que remete os milhares de informações que tentamos absorver de uma só vez. Acontece que muita informação leva a desinformação, já que não conseguimos processar tantos dados.

Na segunda parte, ele é mais enfático ao Hipertexto, tema retratado em seu livro. Inicia explicando a diferença entre sites e portais, demonstra uma imagem gráfica do hipertexto e esclarece o que é o espaço hiperbólico. Esse espaço só existe quando entramos nele e não há final. Sendo assim, com essas palavras, ele entra no mundo cibernético. Logo após, fala dos tipos de Hipertexto. Primeiro que há dois; fechado e aberto. Mas a partir desses dois, há uma teia com vários outros segmentos do mesmo. Luiz Fernando explica um por um, o Hipertexto linear, hierárquico, reticulado, em rede, etc. Depois entramos no mundo dos Links, que são os elementos centrais do Hipertexto. Assim como o próprio tema do livro, os links possuem vários segmentos, e não foi trabalhoso ao professor explanar tais definições. Há links externos, icônicos, verbais, entre outros. A aparência também é uma função retórica e os links possuem essa função. Sendo que cada link é uma informação diferente. Se ele não diz verbalmente, fala por imagens.

Foi com a multimodalidade que a palestra chegou ao fim. A aluna Letícia, estudante de Relações Públicas, fez uma homenagem a Luiz com um cordel, agradando a todos, principalmente ao homenageado que não se acanhou de soltar várias gargalhadas. Alunos tiraram fotos, pediram autógrafos e o professor realizou um sorteio com seus outros livros, como o de poesia, Palavreando. A palestra foi vista com bom gosto e foi muito gratificante da parte dos alunos por participarem dessa caminhada em busca da socialização do Hipertexto.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Tarefa 2


       A matéria mostra que, por ser o primeiro presidente negro no Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa tornou-se destaque nos noticiários brasileiro. Ele é uma novidade na corte e é o 44º a tomar posse e o primeiro negro na história. Por isso, há um sensacionalismo em relação a ele. Joaquim era pobre e conseguiu chegar à corte mostrando sua força em ir contra ao considerado comum, até que conseguiu derrubar essas barreiras.
       Talvez o grande déficit da justiça seja a corrupção política, pois, sendo assim, engloba vários outros aspectos prejudiciais ao crescimento e controle contra a má fé política. Ao afirmar que o juiz tem de se distanciar das múltiplas e nocivas influências, Barbosa acredita que o juizado brasileiro vive à mercê da corrupção política. Portanto, é necessário ouvir a voz da população, quando se almeja o melhor para seu país. Há a necessidade de uma justiça limpa, transparente, que não se corrompa pela ambição.
        Esse sensacionalismo é evidente também quando se fala que agora será um país mais respeitável por ter um negro representando o STF. O preconceito está embutido aí também, pois é bastante recorrente ao falar do ministro, citar que ele é negro. Por outro lado, a matéria tenta nos mostrar como o país está evoluindo nesses aspectos. A começar pela foto da matéria, que nos mostra a primeira presidente do país, Dilma Roussef. Os dois na mesma foto representam as mudanças ocorrentes no Brasil, a primeira mulher e o primeiro negro.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Primeira Tarefa


1-                 Quais as relações que puderam fazer das reflexões sobre o uso da língua no contexto midiático?

A língua tem um forte poder de persuasão. No contexto midiático, ela é importante, pois é o que leva o receptor a entender a mensagem e absorver aquilo que está sendo-lhe proposto. A mídia procura nos impor padrões, modos de agir e se comportar, a partir do imaginário coletivo, já que, nos persuade indiretamente. Portanto, o uso da língua é necessário, pois é um complemento para a convenção ser mais plausível.

2-                 Qual a diferença entre língua e linguagem? O reconhecimento dessa diferença é significativo para o trabalho na mídia de maneira geral? Explique.
A linguagem é o meio fundamental para o processo de comunicação. A ciência que tem por objeto de estudo a língua, a linguagem, é a linguística. O pai da linguística moderna é Ferdinand de Saussure.  Que definiu a língua como que constitui algo adquirido e convencional e não está completa em nenhum indivíduo, ela, apenas na massa, existe por completo.  A língua é uma parte determinada da linguagem. É um conjunto de convenções necessárias, elementos, adotadas pelo corpo social para permitir esse exercício nos indivíduos. A língua é algo adquirido e convencional, ela é local e concreta e faz parte do instinto natural. Não se pode reduzir a língua ao som, nem separar o som da articulação vocal. Já a linguagem é uma instituição atual e um produto do passado. Ela é multiforme, universal, abstrata e nos é dada pela natureza.
A diferença entre língua e linguagem é representativa, pois para um trabalhador da área midiática, será útil saber como e quando utilizar essas informações. Já que será necessário saber diferenciar as duas na hora de se utilizar de um contexto relacionado com receptores, por exemplo.
3-                 O que é discurso para você?
Discurso é uma construção linguística junto com o contexto social no qual ele é criado. No entanto, o texto só pode ser assim chamado se o seu receptor for capaz de compreender o seu sentido. E o seu sentido é sempre volúvel, pois está aberto para a interpretação do seu receptor.
Ele é uma atividade comunicativa e para analisar um discurso é necessário verificar também todo o contexto em que o mesmo está inserido. Além disso, há três tipos de discurso: o direto, indireto e o discurso indireto livre.
Por fim, a intenção do discurso é sempre atingir o alvo premeditado e que este tenha a interpretação desejável que lhe foi dada. Já que o locutor é responsável pela coerência do seu discurso.